Gravura Literária

sábado, 11 de junho de 2011

Forte Casa Teatro - Sobre Concreto Sonho

O Forte Casa Teatro da Cooperativa Paulista de Teatro foi fundado em 2002, na Universidade de São Paulo, com a realização de uma pesquisa sobre a Commedia dell'Arte. Assim o grupo se constituiu no objetivo de pesquisar um teatro popular, tendo na relação com o público um dos cernes fundamentais desta pesquisa.

O coletivo se define como um grupo essencialmente de atores, que tem no ator-criador o cerne de seu trabalho. Este é um dos motivos que leva o coletivo a experimentar atores do próprio grupo na função de diretor. O primeiro trabalho do grupo nesta fase é o espetáculo “Alembrar” (2007), fruto de uma pesquisa sobre memória e identidade cultural. Aqui o grupo aprofunda questões sobre o teatro dialético e narrativo, na intenção de ampliar o diálogo com o público de forma crítica.

“Arapucaia”, trabalho que levou o grupo de volta às ruas, estréia em 2009. Somada às questões de teatro popular, narrativas, relação com o público, crítica dialética, agora se torna questão fundamental também a relação com o espaço e os significados que cada espaço pode adquirir com a ocupação artística e com os diálogos estabelecidos pela cena.

Em 2010, pela primeira vez com o apoio do Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, o Forte Casa Teatro inicia o projeto Vizinhanças, em que o espaço e a narrativa são os principais focos do trabalho.

A nova produção do Forte Casa Teatro é espetáculo Sobre Concreto Sonho, uma fábula que conta a história de Belisa Crepusculário, que vende palavras. Que estreou hoje e fica em cartaz até agosto, a entrada é franca.

A peça começa as 16 horas na Casa Mestre Ananias (Rua Conselheiro Ramalho 945),

Depois percorrem ruas do bairro do Bixiga, interagindo com o público e usando a rua como cenário.

e termina na Escadaria da Praça Dom Orione, onde a maior parte do espetáculo é apresentada. Transformando o bairro boêmio de São Paulo num grande palco.

O espetáculo vale a pena conferir, engraçado e emocionante ao mesmo tempo.

Confira mais fotos aqui

quinta-feira, 31 de março de 2011

VIDA SOBRE RODAS



Dirigido por Daniel Baccaro, além de contar a história do skate no Brasil retrata a trajetória de uma geração, que lutou contra o preconceito e transformou o Skate no segundo esporte mais praticado no País.

domingo, 27 de março de 2011

terça-feira, 13 de julho de 2010

INCLUSÃO SOCIAL SEM FRONTEIRA

Pablo Moya, psicólogo desportivo é o responsavel por trazer o hard core sitting para o Brasil,especialista em incluir deficientes no mundo esportivo. Descobriu o hard core sitting na Califórnia, Pablo reuniu grupo de cadeirantes que jogavam basquete no interior de São Paulo e foi pra pista de skate.Transformando a vida de jovens excluidos em exemplo de superação



referencias:http://revistatrip.uol.com.br/revista/177/salada/inclusao-extrema.html

segunda-feira, 14 de junho de 2010


SAUDADE É O AMOR QUE FICA

Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos
de atuação profissional, com toda vivencia e experiência
que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que
cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos
meus pacientes.

Dizem que a dor é quem ensina a gemer.
Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que,
pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes
de ir muito mais além.

Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima,
e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram
para nos confortar.

No início da minha vida profissional, senti-me atraído
em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil.
Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças.
Elas nos enternecem e nos surpreendem como suas maneiras simples
e diretas de ver o mundo, sem meias verdades.

Nós, médicos, somos treinados para nos sentirmos "deuses".
Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência
de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona,
que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e
a tentar ir sempre mais além.

Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e
prepotência, o que não é bom.
Quando perdemos um paciente, voltamos à planície,
experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe
e entendemos que não somos deuses.

Somos forçados a reconhecer nossos limites!
Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco,
onde dei meus primeiros passos como profissional.

Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil,
e a me apaixonar pela oncopediatria.
Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes,
particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes
desta terrível doença que é o câncer.

Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar
ao ver o sofrimento destas crianças.
Até o dia em que um anjo passou por mim.

Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos,
calejada porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos.
Hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos
trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia.

Mas, nunca vi meu anjo fraquejar.
Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro.
Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano!
Mas via confiança e determinação.

Ela entregava o bracinho à enfermeira, e
com uma lágrima nos olhos dizia:

- Faça tia, é preciso para eu ficar boa.

Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo
sozinho no quarto. Perguntei pela mãe.
E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar
sem vivenciar profunda emoção.
Meu anjo respondeu:-

-Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar
escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar
com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio.
Eu não nasci para esta vida!

Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem
seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:

- E o que a morte representa para você, minha querida?

- Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama
dos nossos pais, e, no outro dia acordamos no nosso quarto,
em nossa própria cama não é?

(Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam
dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)

- É isso mesmo, e então?- perguntei.

-Vou explicar o que acontece, continuou ela:

Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto,
para nossa cama, não é?

- É isso mesmo querida, você é muito esperta!

- Olha tio, eu não nasci para esta vida!

Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar.
Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer.
Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que
o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança,
fiquei parado, sem ação.

- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.

Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço,
perguntei ao meu anjo:

- E o que a saudade significa para você, minha querida?

- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição
melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!

Um anjo passou por mim...
Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra,
do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo
que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto
relativizamos a única coisa absoluta que temos, nossa transcendência.

Meu anjinho já se foi, há longos anos.
Mas deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei,
por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci.

Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser
mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.

Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela
a quem chamo "meu anjo", que brilha e resplandece no céu.
Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna casa.

Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições
que ensinastes, pela ajuda que me destes.

Que bom que existe saudades!

O amor que ficou é eterno!!!

(Rogério Brandão - Médico Oncologista clínico RC
Recife Boa Vista D4500 Cremepe 5758)

domingo, 13 de junho de 2010

A segunda-feira talvez seja o dia mais triste da semana, todo mundo com cara de ressaca,já com saudade do fim de semana, mas fazer o que? O bom da segunda é saber que a semana começou a terminar.

sábado, 5 de junho de 2010


Nada é o que parece


Cada parede é uma porta, disse Emerson, e poderiamos seguir.

Um livro não é um livro, é um espelho onde encontramos piedade.

A ferida não é uma ferida, é uma iniciação heroica feita com sangue.

Adão e Eva não foram expulsos do paraiso, fugiram no amor, pois descobriram que qualquer lugar onde há dois amantes pode ser um paraiso.

Nada é o que parece...

O avarento é um homem bom.Faz o serviço sujo por você
Um homem que dá conselhos não dá conselhos, ele gosta de ouvir sua própria moral.

Joana Darc não foi queimada.Uma idéia caiu sobre seu vestido e sabemos que uma idéia atrai outra e logo... o fogo

Os ratos não são ratos, são homens que trairam alguém e esse é sua punição.

Um sapo é um rei que abdicou o trono e quer passar desapercebido.

Lágrimas não são lágrimas. São beijos que não recebemos e caem mortos de nossos olhos

Nada é o que parece ...

Uma árvore não é uma árvore. É a chance que temos de refletir sobre os nossos antepassados.

Uma agulha não é uma agulha. É a vontade na sua menor forma

As frutas não são frutas. Elas são o sexo dos deuses partilhados generosamente.

Um orgulhoso é um homem disfarçado.

O céu eo inferno é a idéia empresarial dos fãs das estatísticas.

Um copo de vinho é a representação dionisíaca da amizade.

Nada é o que parece ...

Os pés descalços são uma ideia de liberdade, os pés calçacos é mais forma de medo.

Aqueles que amam são um rio de vida, os que odeiam são água estagnada das aldeias desabitadas.

Nada é o que parece ...

Pragas, como sabemos, não são parasitas. É o amor que não demos e apodreceu ... e mata.

O fogo não é fogo. Trata-se de um fauno que o convida para dançar.

O uivo do lobo não é um uivo. É o mistério de amor e fúria.

Mas ninguém suspeitava.

Horacio Ladrón de Guevara